Dia do Pampa: Pesquisadores comemoram a data com trabalho de campo

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RestaurAPA realiza colheita de sementes de campo nativo

Avaliação de áreas de campo nativo e monitoramento dos hábitos de roedoress silvestres fazem parte das tarefas de pesquisadores do Projeto RestaurAPA previstas para este Dia do Pampa, comemorado em 17 de dezembro. A data será marcada por trabalhos de campo na Área de Proteção Ambiental (APA) do Ibirapuitã, no Oeste Gaúcho, onde a iniciativa visa restaurar aproximadamente 1,9 mil hectares em 20 propriedades familiares da região. A meta do projeto é conciliar a preservação da biodiversidade à atividade pecuária, tradicional na região.

Neste mês, foi realizada, em áreas de campo conservado, a colheita de sementes nativas. O material será semeado em pontos com altos focos de invasão da espécie capim-annoni (Eragrostis plana Nees). A atividade, acompanhada pelo engenheiro agrônomo Leonardo Guimarães (Emater/RS), foi realizada em parceria com o projeto “Otimização da restauração ecológica dos campos nativos do Pampa por meio de colheita mecanizada de espécies nativas” financiado pela Birdlife International. A prática de colheita de sementes de espécies nativas ainda é pouco usual, e nesta iniciativa, foi utilizada colhedora mecânica especial, adaptada para a tarefa – uma inovação para a restauração de ambientes campestres.

Na primeira avaliação da equipe do RestaurAPA – implementado pela Universidade La Salle (UniLaSalle), em parceria com a Emater/RS e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) – foram identificadas 329 espécies vegetais na APA do Ibirapuitã. Ao todo, o Pampa apresenta mais de 2 mil espécies vegetais. O desafio é multiplicar a presença das nativas, de alto poder nutricional para bovinos e ovinos criados por pecuaristas, e combater o capim-annoni. “As sementes nativas estão agora armazenadas e serão semeadas quando identificarmos condições climáticas favoráveis”, explica Mariana Vieira, uma das pesquisadoras e coordenadoras do RestaurAPA, que é financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) no âmbito do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), tem o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como agência implementadora e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – FUNBIO como agência executora.

Fauna será monitorada

Nesta semana, além do trabalho dos extensionistas rurais, os campos da APA do Ibirapuitã também recebem pesquisadores da área da Biologia. O grupo, coordenado pela bióloga e professora da UniLaSalle Cristina Vargas, estuda a interação entre animais nativos do Pampa e o capim-annoni. Segundo a docente, o bioma tem cerca de 100 espécies de mamíferos não voadores, como zorrilho, graxaim, tatu-mulita, e tuco-tuco, entre outros. “É uma fauna bastante rica e com espécies que fazem parte da identidade do Pampa e do imaginário do gaúcho”, afirma Cristina.

Por meio de captura e posterior liberação de espécies e análise das fezes, o grupo busca entender o papel da nutrição da fauna nativa na dispersão da espécie exótica: se os animais atuam predando ou dispersando as sementes de capim-annoni.

Intercâmbio de informações

A equipe do projetoRestaurAPA se reuniu nesta quarta-feira (14) com demais projetos apoiados pelo GEF Terrestre para discutir troca de experiências e informações. O evento aconteceu UFRGS, em Porto Alegre (RS), e contou com a participação de representantes de diversas instituições. 

Nesta quinta-feira (15), integrantes do projeto acompanharão os debates do Dia de Campo “De Onde Virão as Sementes para a Restauração dos Campos Nativos do Pampa?”, realizado pela Rede Sul e Restauração Ecológica, na Estação Experimental Agrológica da UFRGS, em Eldorado do Sul (RS).

Sobre o projeto:

O Projeto RestaurAPA conta com financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Facility), sendo gerenciado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e executado pela Universidade La Salle (Unilasalle), com apoio da Emater/RS e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). São beneficiadas 20 famílias de pequenos e médios criadores de gado da Área de Proteção Ambiental (APA) do Ibirapuitã, contemplando, ao todo, 1.931 hectares que receberão novos manejos agropecuários. Uma das atividades principais é o combate ao Capim-annoni, espécie exótica e invasora, que causa prejuízos para os produtores, além de dificultar a regeneração do campo nativo. Para acompanhar todas as novidades siga o perfil do Instagram oficial: https://www.instagram.com/restaurapa/

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